Queria tecer alguns reparos para publicação no Correio da Madeira que desde já agradeço.
Há dias fui ver as iluminações de Natal, nada a dizer, cumprem, se bem que tenha saudades da Manuela Aranha mas se calhar é da idade. Julgo que há muita luz a metro na cidade e pouca criatividade. Impacta, preenche mas não me satisfaz. Julgo que era a singularidade das ornamentações que me cativavam mas não tenho nada de concreto a não ser que, apesar dos prémios, temos cada vez menos turismo e o GR a dourar a pílula. Alguma coisa estas evidências querem dizer. Agora há mais um organismo de qualidade a nascer, não é mato que vá sair coelho.
Dessa visita percebi que o Natal é religioso mas está cada vez mais pagão, fútil e de "vendedores do templo". Efectivamente, o largo da Restauração deixou de ter presépio e até algo interessante que tinham feito no outro ano, apreciem o que está lá ...
Mais dois passos e o faustoso Presépio de outros tempos, em frente à Sé, ficou num quadro que qualquer casa mais abastada pode montar. Parece que os "bonecos" se estragaram e não havia dinheiro para investir nestas "babuseiradas". Afinal Natal é de convívio com os amigos a comemorar barracas nas barracas do Governo. Com o devido respeito que o significado do Presépio me merece, olhei para o quadro e vi, tal como no lado das barracas, as ovelhas seguidoras, os burros repetidores e as vacas trepadoras. Hoje, andei a pé pela cidade e vi o que lá vai na Praça do Povo. Depois de tudo no terreno a câmara sai a ganhar.
O Padre José Luís, pessoa que prezo pela frontalidade e verdade, disse publicamente que estava saturado deste Natal tornado cartaz turístico e que, em suma, desapareceu com o tempo de análise do que somos. Tinha mesmo que desaparecer porque, na minha idade, acho que posso dizer que vi o suficiente para afirmar que estamos na depravação total. Com a minha idade não invejo quem é novo porque acho que vivi um bom tempo, de mais respeito. A Madeira está muito politizada e anda tudo à volta. A política é a base do que são as pessoas, falsas, velhacas, matreiras, ontrujonas, passam a perna e viram as costas. A amizade agora, é em boa parte suportada "no que me podes dar".
Quem ainda cultivar o Natal madeirense que o proteja a sete chaves, os vendedores do templo querem impor o Natal consumista. Conta o dinheiro a rodar e não reflectir sobre a qualidade das pessoas de hoje. Se você não é religioso, ao menos retire ensinamentos do que é dito e converta em saber viver a vida:
Uns meses depois de ser batizado, Jesus foi para Jerusalém. Muita gente estava lá para comemorar a Páscoa. Na Páscoa, as pessoas costumavam ir ao templo para oferecer sacrifícios de animais. Algumas pessoas levavam seus próprios animais para sacrificar mas, outras só compravam os animais quando chegavam em Jerusalém.
Quando Jesus chegou no templo, viu pessoas vendendo ovelhas, bois e pombas. Aquelas pessoas não estavam lá para adorar Jeová. Estavam lá para ganhar dinheiro! Ele pegou em cordas, fez um chicote e colocou as ovelhas e os bois para fora do templo. Depois, derrubou as mesas dos vendedores e jogou as moedas ao chão. Jesus disse para os homens que vendiam pombas:
— Tirem tudo isso daqui! A casa do meu Pai não é lugar para ficar comprando e vendendo coisas!
As pessoas no templo ficaram atónitas com o que Jesus fez. Os discípulos de Jesus lembraram-se de uma profecia sobre o Messias que dizia: ‘Eu vou ter muito zelo pela casa de Jeová.’
Três anos depois, Jesus foi ao templo e expulsou os vendedores de novo. Ele queria que todo mundo respeitasse a casa de seu Pai.
“Vocês não podem ser escravos de Deus e das Riquezas.” — Lucas 16:13
Texto, título, link para texto "vendedores do templo" e imagens enviadas pelo autor.