Triciclo para "desabilitado" em brasileiro e "minusválido" em espanhol |
Qualquer um pode ser especialista? Na nossa maravilhosa ilha parece que sim.
Temos assistido a uma dança de cadeiras e distribuição de empregos para inúmeras pessoas que, certamente, devem ter muitas qualidades ocultas que o cidadão comum não compreende. O frenesim de lugares nos últimos tempos é tanto que já se perdeu a vergonha toda. Quem nos governa já não consegue esconder tamanha falta de respeito pelos madeirenses.
Estava eu a dar uma vista de olhos naquele diário oficial da região (JORAM), que mais parecia uma lista de supermercado sem fim à vista para ricos. Confesso que a minha lista é mais reduzida que aquela.
Já estava a ficar cansado de fazer scroll pela aquela lista abaixo, com tanta nomeação por parte da Secretaria Regional da Educação, quando salta-me à vista a nomeação do ex-deputado, Rómulo Coelho, com um trabalho ímpar na Assembleia Regional da Madeira, sobretudo na área da educação, que é difícil nomear qual o melhor. (risos!)
Por curiosidade, fui conferir quais as habilitações do novo “especialista” em educação e reparei que a sua formação se resume a uns cursos de “Especialização Tecnológica de Energia e Automação e Tecnológico de Eletrónica/Eletrotecnica” e a “Frequência do Curso de Ciências da Informação e da Documentação, na Universidade Aberta; - Frequência do Curso de Engenharia Eletromecânica”.
A importância de estudar estes cursos deve ser reconhecida algures no mundo, mas certamente não é para capacitar este novo “especialista” em educação. Então se não tem qualquer formação para exercer este cargo é nomeado, porquê? Não que seja o único, andam por aí uns quantos nomeados, sem formação ou capacidade para exercer os lugares que lhes são oferecidos de mão-beijada, mas se alguém conseguisse explicar com uma razão lógica e credível era bom.
Quem não sente não é filho de boa gente e tenho amigos e colegas, com formação e competências nas diferentes áreas, inclusive no campo da educação que se encontram desempregados ou estão num trabalho precário. Já outros, tiveram de emigrar por falta de oportunidades na região. Que dirão estas pessoas quando conhecem casos como este indivíduo com o 12.º ano, com todo o respeito, a exercer funções de especialista em educação? Aquela máxima do “estudasses” já não se aplica por aqui.
E já agora, os docentes e outros profissionais recebem indicações, pareceres e relatórios de um especialista sem formação? Ó diabo, está tudo perdido!
Cruzes credo, alguém que nos livre desta podridão que a malta já está pelos cabelos – os que ainda os têm – com tanta javardice que cheira mal, muito mal.
Quarta-feira, 6 de Novembro de 2019 15:10
Texto e PDF enviados pelo autor. Título e ilustração CM.
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