O Sousa continua a fazer "amigos" pelo mundo.


"O navio “Raquel S”, que regularmente escalava o porto de Lisboa, realizou a sua última viagem a partir de Leixões, de onde partiu a 3 de Março, sem escalar Lisboa, com passagem por Las Palmas e com destino a portos mais longínquos, em Cabo Verde e na Guiné Bissau.

Os nossos companheiros de Algeciras, integrados na Coordinadora Estatal de Trabalhadores Portuários, faziam o seguimento deste navio, que integra o universo dos navios e cargas desviados do porto de Lisboa ainda durante o período de serviços mínimos que estavam a ser respeitados pelo SEAL e pelos estivadores seus associados.

Após o início da sua viagem de regresso, durante a escala que o navio “Raquel S” realizou no porto de Tânger, e perante a expectativa de que, após a travessia do Estreito de Gibraltar, o mesmo integraria uma paragem no porto de Algeciras – tal como a sua rota normal indica – os estivadores locais comunicaram ao respectivo Centro Portuário de Emprego – antiga SAGEP em Espanha / Empresa de Trabalho Portuário (ETP) em Portugal – que, em apoio e solidariedade com as reivindicações dos estivadores de Lisboa, queriam transmitir pessoalmente ao Comandante do navio “Raquel S” o seu desagrado por o mesmo se ter desviado da sua escala em Lisboa e que, com essa acção de solidariedade, esperavam que o mesmo assumisse a importância de exigir às empresas de estiva com que opera em Lisboa que, também nesse porto, as empresas devem trabalhar de forma segura e responsável, respeitando integralmente os direitos dos seus estivadores profissionais.

No dia seguinte comunicaram aos nossos companheiros que, afinal, este navio já não faria escala em Algeciras, mas que o mesmo se dirigiria directamente para o porto de Lisboa. Na realidade o navio Raquel S encontra-se nos estaleiros navais da Lisnave, em Setúbal, presumivelmente sujeito a algum tipo de manutenção ou reparações.

Tanto os nossos companheiros de Algeciras como os 125.000 estivadores filiados no IDC continuam atentos, tanto a futuras situações de navios e cargas desviados de Lisboa para outros portos nacionais ou internacionais como da eventualidade de os alegadamente despedidos estivadores profissionais de Lisboa virem a ser substituídos, muito provavelmente por elementos sem qualquer formação e experiência profissional, ainda por cima com a criminosa irresponsabilidade de tal estar a acontecer em pleno contexto crítico de pandemia mundial.

Os nossos companheiros pelos portos do mundo aguardam apenas que os informemos de que tais inaceitáveis situações se estarão a verificar, para poderem planear e executar futuras acções de apoio e solidariedade." Original.

Nota: Para que os madeirenses tenham a noção de que o diferendo não é com eles. Raquel C faz rotas com África e pertence o "Grupo".
O não ter respeito a alguns, é procurar, como a morte, a universal destruição de todos.
Padre António Vieira
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 5 de Abril 2020 19:07
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