Acabaram-se os serviços mínimos na carga para a Madeira


Portos. "Não há condições para garantir serviços mínimos em Lisboa", diz sindicato

Hoje, o acesso dos trabalhadores da A-ETPL ao Porto de Lisboa
estava vedado por torniquetes selados
E isso inclui navios para as regiões autónomas", alerta António Mariano
Ao nono dia de greve total no Porto de Lisboa, os serviços mínimos ficam comprometidos e o carregamento de navios para as regiões autónomas deixa de estar garantido. O alerta é de António Mariano, presidente do SEAL - Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística.

A denúncia do quadro atual, que implica paralisação total do Porto de Lisboa, serviços mínimos incluídos, é feita ao Expresso e acompanha uma carta já enviada pelo SEAL ao administrador judicial da empresa de trabalho temporário A-ETPL, em insolvência, António Taveira.


"Tivemos conhecimento de que hoje se terá dirigido à A-ETPL, e que terá informado todos os ali presentes que a mesma iria ser encerrada já amanhã (quarta-feira)", diz a carta enviada a António Taveira depois dos trabalhadores administrativos da A-ETPL terem recebido a comunicaç
ão de que estavam despedidos a partir de hoje e deviam dirigir-se aos Centros de Emprego.

Esta manhã, os torniquetes de acesso ao Porto estavam selados e, diz o sindicato, os trabalhadores da A-ETPL foram impedidos de entrar no terminal portuário. "E sem eles, não é possível ter equipas para garantir os serviços mínimos previstos", diz António Mariano recordando que os trabalhadores são os principais credores da A-ETPL e os serviços mínimos têm sido prestados por estivadores com salários em atraso.


Em causa estão 150 estivadores que ficam desempregados e, deste grupo, em média, eram necessários 30 trabalhadores por cada turno diário de forma a satisfazer os serviços mínimos, refere o sindicato.


Ao Expresso, o SEAL explicou que há outros trabalhadores, fora da A-ETPL, mas sem os estivadores desta empresa não é possível ter as equipas necessárias para garantir os serviços mínimos definidos e, designadamente, as cargas para as regiões autónomas dos Açores e Madeira.


Parece que os madeirenses ganharam razão na sua afluência aos supermercados.