Há aí um político com grandes tomates. Manda fechar mas não fecha. Depois pede para fechar. Depois critica por não ser fechado. Gandas TOMATES.
Há aí um político com grandes tomates. De manhã decide manter aberto para de tarde mandar fechar... mesmo antes do Governo da República anunciar o fecho.
Há aí um político com grandes tomates. Mantém nos cargos notórios furtadores.
Há aí um político com grandes tomates. Promete Renovação e os tachos vão sempre para os mesmos. Até chega a promover quem ele publicamente denegriu.
Há aí um político com grandes tomates. Indica diretores pela sua filiação e conotação partidária.
Há aí um político com grandes tomates. Decide quem pode votar e se há eleições.
Há aí um político com grandes tomates. Enriquece sempre os mesmos.
Há aí um político com grandes tomates. Vendeu um hotel e no mês seguinte ilegalmente renova um contrato de milhões à empresa que comprou esse hotel.
Sim, ele tem "grandes tomates". Tem tantos tomates que até sai polpa pelo nariz.
Repare-se não disse que tem capacidade de previsão (pois o fecho devia ter sido feito no início do mês) nem que zela pelo Bem Comum, nem que é Democrata, nem que defende o Estado de Direito, nem que sabe as suas competências legais, nem que não é Corrupto.
Sim, é preciso grandes tomates para apostar que boa parte da população é desmemoriada, ou saber que esta assim o é.
A grande multidão possui olhos e ouvidos, mas não muito mais do que isso, menos ainda juízo e memória. A grande massa pensa muito pouco, porque lhe faltam o tempo e a prática necessários. Porém, assim conserva por muito mais tempo seus erros; (...). Entretanto, a vida das massas transcorre no entorpecimento, visto que seus pensamentos e desejos se dirigem para interesses mesquinhos do bem-estar pessoal, com suas misérias de toda espécie. Por tal razão, um tédio intolerável se apodera deles desde o momento em que tais objetivos estejam satisfeitos, e ficam reduzidos a si mesmos, sendo que apenas o fogo selvagem da paixão pode incitar ação nas massas embotadas e indolentes."
Schopenhauer
Quando a religião é destruída num povo, a dúvida se apodera das porções mais elevadas da inteligência e paralisa parcialmente todas as demais. Cada qual se habitua a ter apenas noções confusas e mutáveis sobre as matérias que mais interessam a seus semelhantes e a ele mesmo; as pessoas defendem mal suas opiniões ou as abandonam e, como perdem a esperança de conseguir, por si sós, resolver os maiores problemas que o destino humano apresenta, reduzem-se vilmente a não pensar mais no assunto. Tal estado não pode deixar de debilitar as almas; ele relaxa os impulsos da vontade e prepara os cidadãos a servidão. Não apenas sucede então que estes deixam lhes tomar sua liberdade, mas com frequência a entregam.”
Tocqueville