Foto do DN: Link |
O lar da Bela Vista, continua com falta de pessoal auxiliar e de enfermagem. Aliás, esta é sempre a frase mais ouvida e a desculpa perfeita para tudo o que não é feito ou corre mal.
Para terem uma ideia, para conseguir falar com um elemento de enfermagem, é preciso ir de piso em piso até o encontrar, numa situação de emergência, que auxílio é prestado?
Um destes dias, li um texto escrito por uma funcionária, com estas e outras queixas. Falava da chefia directa, que pelo que entendi, é uma encarregada de sector. Outro elemento difícil de encontrar e que quando abordado por familiares, responde sempre da mesma maneira, habituadas a julgar, fazem-no com uma facilidade que assusta e a estas, nada se pode perguntar. Não convém, não gostam e ponto.
O estado daquele lar é conhecido mas, por ser público, as chefias, a direcção e respectivos superiores, permanecem impunes. Mas então, se não há pessoal e o serviço não é prestado na sua totalidade, que tal se a reforma dos utentes, que vai inteiramente para a segurança social, fosse calculada nessa base? Pois receberiam cêntimos ...
Ao Presidente do Governo, líder supremo, peço que não faça ouvidos de mercador e que questione, apareça, veja com os seus próprios olhos o que ali se passa, veja as condições em que vivem os utentes, e que tome medidas sérias.
Ah, mas dou-lhe um conselho, vá sem avisar, porque se avisa, tudo vai parecer mais limpo e bonito, o pessoal não vai folgar e serei acusado de ser má língua e, já agora, aproveite para almoçar e saborear as cavalas enlatadas servidas com arroz, prato digno de 2 estrelas Michelin.
Texto e título enviados pelo autor. Ilustração CM.