O primeiro podium

Recebemos uma critica, analisamos e ela tem razão, o CM tem que introduzir esperança porque a sociedade é suicida, De ora avante, quando verificarmos mérito sustentado, salientaremos. Porquê esta escolha? Pela moderação, pelo escrutínio e fiscalização função do deputado, porque empenha-se em ser coerente, e até ver vai defendendo a causa pública. Hoje sobe ao podium, amanhã pode se estatelar, não está livre de pecados, o CM é imprevisível. Numa Casa de Loucos convém salientar a sobriedade dos que ainda não alucinaram. Preferia o Lopes da Fonseca?


Link do Original no Diário de Notícias da Madeira
ÉLVIO SOUSA / 12 FEV 2020 / 02:00 H.

“Não merece o doce quem nunca experimentou o amargo”

A frase é de Erasmo (de Roterdão), nascido no século XV, e que serve de mote aos temas destacados.

A SAÚDE

Começou com o “agastamento” do Secretário Regional da Economia, cujo alcance afinal não se dirigia à situação geral dos utentes, mas à repartição de lugares-comuns do acordo de coligação. Lastimável. Pelo meio, assessores e adjuntos da maior frota de ex-jornalistas da história autonómica, mostraram a real intenção do sector: a luta de tachos e as ambições pessoais.

Depois, vieram as reuniões com as demissões em bloco. Tudo tranquilo. Pois se invocarmos as razões político-partidárias, elas sempre fizeram parte do ADN do SESARAM e da Secretaria Regional da Saúde. A inocência é linda!

Durante anos, assistimos às constantes nomeações alaranjadas na saúde. O status, é quase sempre o mesmo. Nesta conjuntura, não se temem mais nomeações partidárias. Receiam-se as mudanças, os novos intervenientes, as auditorias, o controlo e a fiscalização sobre alguns interesses instalados.

Até lá, continua o cidadão e o utente barricado num sistema do pára e avança.

Será que Mário Pereira merecerá o doce, pois já terá experimentado o amargo. Ou, virá aí mais amargura...

O FUNCHAL E A AMARGURA DO SER DO CONTRA

Há quem esteja há meia dúzia de dias numa Assembleia Municipal e já se considere uma “estrela no firmamento”. Merecer a confiança dos cidadãos leva tempo, e é fundamental praticar a coerência.

Cismar ou barricar-se num único assunto -que pode ser resolvido e agilizado com as demais ferramentas de fiscalização - e dai fazer depender um chumbo, é uma grande irresponsabilidade e uma infantilidade de principiante.

Votar contra um orçamento municipal, num ambiente de terra queimada, e num cenário de minoria para quem governa, é uma ação que lesa os interesses dos funchalenses.

E essa é a questão essencial, independentemente da força partidária de quem governa. Além do mais, é uma atitude de companheirismo e de serventilismo para com aqueles que agora são opositores, mas que nunca experimentaram governar com minoria no órgão deliberativo.

Se dúvidas houvesse, basta ver a ordem de trabalhos unilateral para atingir única e exclusivamente a atual vereação, ilibando de forma grosseira as responsabilidades de anteriores executivos. O novo parceiro da coligação já está definido.

Merecerão os deputados municipais um doce. Talvez não, pois não terão experimentado o amargo.

CÔNJUGUES, AMIGOS E COMPANHEIRAS

A teia de promiscuidade e de nomeações deste governo de coligação PSD/CDS atingiu níveis de sem-vergonhice. Além do corredor comum dos amigos, estão as companheiras e os legítimos cônjuges a ser nomeados para lugares-chave. A Assembleia e o Governo casaram por interesses. A amarga factura deste festim está a chegar a cada um de nós.

Há doces que valem mais de 11 milhões!

A PROPAGANDA

Cresce a transumância entre jornalismo e política. Com elevado respeito por aqueles que sabem o que isso significa, e pelos excelentes profissionais. O Governo Regional da Madeira tem, agora, provavelmente a maior redação da história da autonomia. Só faltam as rotativas e o novo periódico.

Basta olhar para o papel para ver o que se passa atrás das cortinas.

Há dias, no parlamento regional, ao abordar-se a alegada promiscuidade entre alguns sindicatos da função pública e os ajustes diretos com as empresas do governo, ficaram muitos deputados da maioria inquietos. Pudera, basta lembrar as palavras da ex-bastonária da ordem: “Há advogados e deputados que vêm a Assembleia como um centro de negócios”.

Há expressões lindas e agridoces,